quinta-feira, 22 de março de 2012

No fim do dia...

Ontem à noite, depois de um dia cansativo de trabalho, deitei no sofá para ver TV recostando a cabeça no colo de minha mãe, que logo iniciou uma deliciosa sessão de cafuné. Claro que peguei no sono e não assisti mais TV nenhuma né? Quer coisa melhor que colinho de mãe? Às vezes me sinto muito culpada por não dar a ela a atenção devida.

Como já falei aqui no blog, sou assistente social e no meu trabalho tive acesso as estatísticas do número de visitas de familiares recebidas no último ano por idosos que residem em uma instituição de longa permanência. Infelizmente o resultado era o que já imaginava: baixíssimo número de visitas, salvo algumas exceções, sendo grande parte com três, duas ou nenhuma visita no ano. São pessoas que, assim como a minha mãe, dedicaram suas vidas a cuidar de outras pessoas e, na hora de desfrutarem de uma vida de trabalho junto de suas famílias, se vêem sozinhas.

Não julgo quem interna seus idosos, até porque alguns estão em uma situação de total dependência e com essa vida corrida, a necessidade de trabalhar, os familiares não podem dispensar a eles o cuidado necessário, mas, não podem sequer aparecer para visitá-los?

Fui criada com uma tia-avó, Anadir, morando conosco, então, passei minha infância ouvindo atentamente suas estórias, passava quase todo o meu tempo livre junto com ela, e por tabela, convivi também com algumas dezenas de outras idosas amigas dela. Nunca vou esquecer Dona Noquinha, Tia Dora, Dona Emília,  Dorotéia (essas três últimas deram nomes a três de minhas bonecas, risos), dentre outras, pessoas que sempre me ensinaram muito.

Espero que as novas gerações tenham a oportunidade de conviver com pessoas como elas para aprenderem a respeitar e cuidar de seus idosos, e que valorizem e sintam a necessidade dessa convivência.




4 comentários:

  1. Érica querida,

    Obrigada pelo elogio das coelhinhas! Que bom que tu gostaste!
    Concordo contigo que é preciso arrumar uma forma de alcançar poderes maiores quando às necessidades da população que não são atendidas... O problema é que é difícil uma forma que realmente alcance quem tem o poder de mudar alguma coisa. O problema dos manifestos eu acho é que às vezes acaba prejudicando mais quem não tem a ver com a situação do que fazendo alguma diferença. Mas concordo que às vezes é a única forma. Difícil dizer...

    Um beijinho e te desejo uma ótima semana!

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  2. Eu tô com muuuuuuuuuuuita saudade da minha mamãe e do meu papai! :(
    Eles ainda estão going crazy on the road...

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  3. Miguinha, deve dar saudades mesmo... Não aguento ficar nem alguns dias longe da minha... Mas aguenta firme que eles voltam. Beijos!

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